Reunião Científica, 06 de abril de 2018
O mundo ocidental tem atualmente cerca de 850 milhões de idosos e deverá ter em torno de 2 bilhões em 2050. Envelhecer bem torna-se cada vez mais uma prioridade. Com a crescente longevidade do ser humano, as pessoas procuram alternativas que lhe possibilitem uma boa aparência e que as façam se sentir bem. Nesta sexta-feira, a Prof. Drª Aparecida Machado de Moraes, dermatologista da Disciplina de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, apresentou aos membros da nossa disciplina sua experiência com as Técnicas de Rejuvenescimento Facial.
Durante o processo de envelhecimento a pele apresenta entre as modificações mais importantes as alterações da pigmentação e dos pelos, rugas, atrofia, perda da elasticidade, xerose, diminuição do processo regenerativo e imunidade. Histologicamente observamos o afinamento da epiderme, perda das papilas, diminuição da densidade do colágeno, da vascularização e dos anexos – glândulas sudoríparas e sebáceas.
Na presença de um paciente buscando alternativas de rejuvenescimento facial devemos levar em consideração que ossos, musculatura e todas as estruturas de sustentação envelhecem, não somente a pele. Além do tecido celular subcutâneo sofrer uma atrofia e um afinamento progressivo, os ossos perdem massa e espessura.
Entre os principais recursos técnicos existentes temos os tratamentos tópicos, os infiltrativos, preenchimentos e fios de sustentação, a toxina botulínica e o laser.
Entre os tratamentos tópicos a tretinoína, derivada do ácido retinóico, o ácido glicólico e a vitamina C são os que mais têm ação no rejuvenescimento. Os peelings de ácido tricloroacético, tretinoína e as combinações de ácido glicólico, resorcina e ácido salicílico visam atuar na epiderme, mas dependendo de sua composição podem ser efetivos na derme e modificar a composição do colágeno. O chamado tratamento de campo cancerizável utilizando o 5-FU, o mebutato de ingenol e o imiquimode, além de tratar as lesões neoplásicas e as áreas adjacentes, promovem uma melhora da textura e das condições do colágeno, aumentando a elasticidade e o brilho da pele.
O avanço tecnológico abriu um grande leque de opções de lasers que podem ser utilizados no rejuvenescimento facial. O laser ablativo de CO2 e o não ablativo de érbium são utilizados para o “ressurfacing”, a troca total da pele. Para o tratamento de manchas hipercrômicas é muito utilizada a luz intensa pulsada – Nd-YAG.
Outras fontes de radiação não laser como a radiofrequência fracionada e o ultrassom focado e microfocado podem atingir a musculatura subjacente e promover a melhora da flacidez.
Os preenchimentos são utilizados para ocupar uma área com atrofia da derme ou do tecido celular subcutâneo. Entre as substâncias mais utilizadas estão a gordura autóloga, o ácido hialurônico de diferentes densidades, o ácido polilático e a hidroxiapatita de cálcio. Não são mais utilizados silicone e o polimetilmetacrilato - PMMA.